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Mostrando postagens de 2016

Lançamento do Santo!!!

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Alquimista urbano

No meio da selva da novissíma era há o alquimista urbano e em seu cadinho mágico Mistura ao crepúsculo, cânticos ancestrais, Faz cessar as torturas do mundo por apenas um segundo. Seu nome é ignorado e seu labor consagrado. E ao ruir das estruturas Ele vai ascender. Alquimista urbano by Octávio Brandão is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License . Based on a work at http://tavernadaamnesia.blogspot.co.nz/2016/03/alquimista-urbano.html .

Arde-me a saudade...

Beijo o desastre em cada cruzamento, Com a língua cortada E o que rubro goteja é a morna melancolia dos meus dias perdidos. Nasci tarde demais e me arde o não ter de esperar Mas o que se me escapou e ainda o vislumbro. Arde-me a falta e a saudade, Como braseiro de fotos cujo fogo caprichoso consome devagar…. Arde-me a saudade... by Octávio Brandão is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License . Based on a work at http://tavernadaamnesia.blogspot.co.nz/2016/03/arde-me-saudade.html .

Porquê escrevo

Por que é que eu escrevo?!? Você tem uma vida E eu estou quase lá, Aprendendo a morrer Eu vejo a alvorada Aprendendo a sangrar como um homem Sorvendo saúde onde ninguém vê. No ponto onde todos evitam chegar Por temer a paixão. Ali é que eu abro picadas Escrevo para me esconder da incoerência do mundo Como quem tapa os ouvidos. Escrevo como quem chora pra dentro Essa lamúria, esse soluço num ritmo penoso e vegetal, Escrevo como um fugitivo cego. Escrevo porque vi minha geração emudecer e definhar Então decidi viver for a de mim. (...) Vivi longe da civilização, cara-pálida! Sou os olhos que espreitam da mata, A única testemunha do embate convulso, Genuíno da natureza. Deixei a segurança há tempos E já não há como voltar. Hoje a verdade é desnuda, Hoje sou imortal, Os raios do sol, Queimando retinas Incinerando neocórtex. Sou as mãos em oferta de todas as conexões subterrâneas de toda mentação que este universo

Sem paixão: Auckland

Os círios queimam dentro de mim, porém, não há paixão em Auckland. Um dia acordo pêgo pela doença e ainda deixo você! Não pague pra ver de quânticos ratos compõem a música de meu corpo semi-etéreo. Não pague pra ver de quantos becos fugi, Em quantas galerias de esgoto dormi Com a lua escorrendo seu leite por sobre o limo e o concreto, que sorvi por noite à fio Em minha maldita terçã. Não queira saber… Não! Da minha fome eterna! De coisas fantasmas, De meu miasma que não me mata e me judia. Hoje acordei doente, Auckland. E não há sacra salvação, descobri, Quando sou rei de minha solidão e aqui sou o Santo dos Viciados, O Esquecido! (????????????????????) E comigo padecem ignominiosos outros pagãos, Como pôsteres em meu quarto - Um panteão - Que descolam com o tempo levando consigo pedaços da parede coronariana Desse coração leviano, antiquado, piegas. Hoje acordei ao seu lado, doente, rangendo os dentes. Arfava e ouvia a gaita inflamada em meu peito onírico. Com fôlego raso de

18 de março

Quantas vezes já não me sentei na beira da cama, ao lado do criado-mudo, cansado de tanto aborrecimento e tristeza, querendo apenas ser para o resto da vida. Sentindo-me prostrado, com intentos de parar o mundo, saltar para a glória à força, realizar uma utopia, lançar-se ao que chamam missão pessoal , projetar-me ao fantástico súbito, arrebatador e derradeiro; ou mais precisamente, para o final feliz. Meus braços sem vida repousam na côxa retesada, extenuada. Hoje não fui trabalhar por conta das dores nas costas. (Machuquei-a em uma das vértebras ao carregar correndo um cara nos ombros no treinamento de Krav Maga.) Minha alma, sinto-a uma casa da qual querem abandonar sem motivo, pelo simples ímpeto de fugir. Esta, de estrutura frágil, de rachaduras extensas nas paredes, preenchidas de mofo, vigas que estalam por detrás do teto, como fantasmas que outrora estavam adormecidos e que agora reclamam seu território. A solitude me oprime e meus jardins da infância, com estátuas de

Calabouço

inexistimos em um universo orgânico (vivo) Onde árvore me entende onde nem compreendo direito Cedo dormi com as luzes do cemitério ainda acesas Fez-se a insônia. O calabouço, esse arcabouço...

Sinopse do Santo

O Santo dos Viciados – A Trash Novel (ou Deve haver um jeito quântico de foder com tudo isso ) Por Octávio Brandão Ele foi para as ruas a partir de suas crenças. Seguiu o fluxo com o pensamento de que se ele fosse importante para o universo, que este cuidasse dele. Era um playboy como Buda e muitos outros que se entregaram ao sabor do mundo e desafiaram o precipício para descobrir a verdade. A história de Ângelo começa com uma boa surra dos carecas no centro de São Paulo. É arrastado e agredido pela vida até que conhece Anatole, um “encantador da realidade”, no hospício, e com ele a irmandade “Evolução Dhaen”. Liderada por Stell, uma rica e famosa bioquímica por quem ele se apaixona. Os interesses dela incluem estudos, projetos e viagens no tempo extracorpóreas . Ângelo, de seu comportamento viciado e lastreado nas ruas do centro de São Paulo, embarca numa viagem espiritual por muitas encarnações para descobrir sua essência, o sentido da vida e sua missão aqui (ou

O Santo dos Viciados (ou Deve haver um jeito quântico de foder com tudo isso)

Primeira parte É! As coisas haviam ficado pretas pra mim! Foram dois os que me atacaram. O primeiro soco perfurou minha bochecha, enfiando barba suja através dela, na gengiva onde meu primeiro molar superior direito deveria estar. O dente deslizou como se fosse um drope sabor sangue e soco-inglês pela língua amargada. Quando o efeito de estática de rádio mal-sintonizado passou eu ainda estava de olhos abertos e já podia distinguir a aparência dos dois vultos de calça camuflada, coturnos e suspensórios. - Filho-da-puta, vagabundo! - Quer um trocado pra encher a cara? - careta de escárnio. As palavras saíam com tanta naturalidade que por quase um segundo achei que aquilo era tão normal quanto varrer a calçada na frente de casa. A noite persistia apesar dos bem-te-vis. Eu estava travado de medo! As endorfinas surtiam seu efeito analgésico, porém, já começavam a ser superadas pela alta quantidade de ACTH* e cortisol* junto com adrenalina em meu sangue, obrigando-me