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Zeitgeist

Não ao capital simbólico!
Não ao valor agregado!
este silêncio de fones de ouvido
este desmesurado senso estético,
esta escola televisiva
este barulho que não deixa pensar, criar, esta corrente atando-me a ti
que te faz não me querer
este maquinário sóbrio e esses guardas do nariz torcido.

Você me quer de que jeito? Que sou tão inútil quanto um monolito não amoldável
Ocupo espaço nas víceras do sistema
Como nódulo inoportuno.

eu sou a ânsia pela abominação e não apenas morna recusa
instigo asco ao mero nojinho
a morte venérea à pornografia polida, ensaiada, de atos premeditados
vendida como trangressão.
Aliás a transgressão, a estampada em lancheiras, - antecessores das marmitas - de superfície, e tudo aquilo faz barreira, o sagrado e a glória de viés oportunista,
a estes mendigos de significância,
a eles o torpe inominável,
a eles nem mesmo os antônimos, carregados de potência mas de inverso valor,
a eles a nulidade à revelia.
Pois é chegado tempo dos últimos,
Os que apagam a luz,
As testemunhas do breu,
Glosando suas visões entre a profecia e o delírio!

Eu só tenho, aos tais apocalipses amenos,
Os cataclismos suavizados do espírito,
a eterna sentença a proclamar,
pautada em seus erros em pontuar o tempo,
como em todo crime, pela inocência de se pensar separado:
sejam condenadados não pela massa conduzida,
não pela ideia de espírito da indignação, - vinculado ao ente solitário, à composição vulgar;
que não queimem pelo fogo da emoção que anima a justiça tão carente de amor,
mas a serem a marca indelével da negação e do erro.



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Zeitgeist by Octávio Brandão is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
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